segunda-feira, 12 de abril de 2010

A gaveta

As cartas de amor, os poemas e as músicas que se destinam a mulheres, ou ao menos a descrevê-las, são tão lineares e clichês.
E eu, que não sou nem um nem outro fico me questionando com a cabeça cuidadosamente encaixada entre as almofadas e debaixo de um obstáculo que faz sombra em mim quantas pessoas já olharam de baixo de uma gaveta.
Eu estou apenas a espera, daquele que vai me perguntar se eu já tomei banho deitada, se já bebi algo de cabeça pra baixo ou o que é o medo, que todos dizem sentir, mas que não o afeta. Aquele da oitava série, que eu usava num discurso decorado.
Esse mesmo, com os dreads, sem um puto no bolso, me levando pra Bahia e me chamando de "pretinha".
Eu não sei se eu quero me sentir segura agora. Ou mais perdida do que nunca. Talvez a segunda opção. Queria cabeça nas nuvens, calcanhares nos lençóis freáticos e cosquinha...

2 comentários:

  1. Com toda delicadeza que se pode ter eu faço a ti esta pergunta rude, mas, eu juro, sinceramente curiosa: quem é você?! =D

    ResponderExcluir
  2. Pensando bem, nem sugestões eu tenho...
    Mas acredito que se esquiva do "aleatório", como se define ao lado.

    ResponderExcluir