domingo, 28 de agosto de 2011

E o meu dedo podre escolhe... você!

A gente tem a vida inteira pra trabalhar. A vida inteira.
Por que você, no auge dos seus 21 aninhos escolhe isso não somente como prioridade mas como elemento único de uma vida inteira?

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mais que arroz e feijão

Dá um pouco de dó e um pouco de alegria ver aquele senhor vestido naquelas roupas já cansadas, abatidas pelo tempo, sentar-se a mesa de um restaurante freqüentado por poucos e não perder o hábito de repousar seu chapéu na cadeira que faz par com a sua.
Come com destreza, não nota as pessoas ao lado que parecem se incomodar com a sua presença. Talvez não fosse incômodo de fato, mas um misto de dó e alegria. Mas ele nem nota e continua nas suas garfadas ávidas por mais que o próprio arroz e feijão.
De qualquer forma, é vida. É vida e é bonita, não porque diz a música, não porque é bonito dizer. Mas quem viu, sabe. É linda, meu Deus. E meu almoço se resumiu a isso: segurar aquele sentimento com toda a minha força e observar o velho que se encontrava ao meu lado.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O pudim da Lê

Todos eles são partes de mim. E mais um pouco que eu não sei da onde vem.


"Comi pudim, lembrei da Lê, mas nem tava gostoso".
Frase com mais maldade, não há. E vaidade? A vaidade transborda.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Ruínas intactas

No dia em que demoliram aquela pequena casa que se encontrava no alto do morro, a Cidade parou.
Não se tratava somente de uma casa. Ela tinha sim seus atrativos, que não necessariamente cabiam como elogios à mesma.
A leve inclinação para esquerda só se fazia notar por aqueles que tinham algum entendimento sobre o assunto, o marrom desbotado dos tijolos que moldavam seu corpo traziam consigo um certo ar de melancolia. E as janelas, majestosas, passavam a impressão de que algum dia já haviam presenciado algum espetáculo recheado de sorrisos.
Era singela a tal da moradia. E há tempos não se tinha notícia de alguém que se dispusesse a ocupar aquele espaço - que não era pequeno - com as dores de uma vida só.
Porém, a Cidade não se esquecera de Sebastião, que lá perdurou até seu último sopro de vida se esvair.
Para alguns, aquele senhor de pele escura contrastante com os poucos fios brancos de barba que lhe restam, era apenas um homem que foi assaltado pelo tempo e perdeu seu encanto, seus amores, seus próximos e consequentemente parte de sua identidade.
Apenas Miguel, o proprietário da padaria da pequena Cidade sabia e guardava os motivos daquele homem carrancudo.
E eram os motivos de um semelhante, o qual não fazia questão de ser compreendido, que levavam Miguel se levantar religiosamente às cinco e levar adiante essa grande brincadeira a qual chamam de vida.

0742

Estratégia e plano de ação. Para cada estratégia um plano de ação. E prospectar. Marketing pessoal, tem que haver.
Isso tudo pra que? Alguma vez já deu certo? E racionalizar, reracionalizar, triracionalizar, cansei.
O aleatório nunca me interessou muito. Tem que ter história por trás, planejamento, eficiência e eficácia.
Mas ele não deixa. São sempre os dez segundos, o "conta até cinco" e mais aquele "eu sei que você quer".
É lógico que eu quero. E além de tudo, sempre fui prática. Se não quisesse nem a primeira abordagem não teria acontecido. Eu não teria dado margem para os convites, eu não teria aceitados seus rodeios, eu não pesaria tanto prós e contras naquela balança gigante que fica me lembrando constantemente: alguma coisa sempre pode dar errado.
Não julgo ser isso pessimismo. É que eu sempre fui assim, os pés cravados no chão. Bom, sempre não, por vezes já me deparei com os pés nas nuvens a cabeça com algum bocado de terra acima.
Meus pés fincados não me deixam escrever. As palavras não se formam na minha cabeça como faziam antigamente. Agora elas me fogem ou vêm sempre em sequência lógica de notícia de jornal.