domingo, 26 de setembro de 2010

De domingo

"Querer não é poder"
Existe lá frase mais ingrata? Se eu quero, eu posso, ora pois!
Crescer ouvindo isso é mesmo uma canção pré-fabricada para acalmar os ouvidos daqueles que tanto teimam para que os mesmos fiquem sempre em pé, dormindo, sonhando, falando.
É doutrina falsa de político corrupto, é professor com preguiça de ensinar, mãe que não quer educar, médico que não quer curar.
Bato o pé e faço manha! Se pra mim tá tudo errado, tudo de ponta cabeça...
Cadê as flores, as cores e os amores do meu caminho? Cadê o banho de chuva contente, o mergulho que lava a alma, afinal, cadê a alma das coisas?
Há muito me falta sinceridade, me falta amor do tipo mais simples, que não se explica, não se recupera: mantém.
Com um "bom dia", um sorriso, uma canção, um abraço irmão.
Um baião bem arretado pra sacudir a saia e tirar meus pés do chão. E que as dores venham no dia seguinte. A dor na coluna de tanto fazer estripolias, a dor do menino que se foi sem um beijo se quer. Não essa dor de escoliose malograda de bailarina que nunca foi num domingo nublado.