"Querer não é poder"
Existe lá frase mais ingrata? Se eu quero, eu posso, ora pois!
Crescer ouvindo isso é mesmo uma canção pré-fabricada para acalmar os ouvidos daqueles que tanto teimam para que os mesmos fiquem sempre em pé, dormindo, sonhando, falando.
É doutrina falsa de político corrupto, é professor com preguiça de ensinar, mãe que não quer educar, médico que não quer curar.
Bato o pé e faço manha! Se pra mim tá tudo errado, tudo de ponta cabeça...
Cadê as flores, as cores e os amores do meu caminho? Cadê o banho de chuva contente, o mergulho que lava a alma, afinal, cadê a alma das coisas?
Há muito me falta sinceridade, me falta amor do tipo mais simples, que não se explica, não se recupera: mantém.
Com um "bom dia", um sorriso, uma canção, um abraço irmão.
Um baião bem arretado pra sacudir a saia e tirar meus pés do chão. E que as dores venham no dia seguinte. A dor na coluna de tanto fazer estripolias, a dor do menino que se foi sem um beijo se quer. Não essa dor de escoliose malograda de bailarina que nunca foi num domingo nublado.
domingo, 26 de setembro de 2010
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