sábado, 18 de dezembro de 2010

Babilônias

Caminhar por uma praia cinza, não ter sequer vestígio de que essa terra um dia já viu sol.
Está tão frio, me encolho cada vez mais no intuito de estar mais e mais perto da essência de ser.
O vento beija os meus cabelos e eu mando beijos de volta. Eles se transformam em borboletas que saem a voar em torno de mim. São babilônias e colorem toda aquela tela em tons diferentes de cinza com um azul vivído e único.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Inquietude

Alma de guri com misto de homem onipotente.
Ótimo acordista, faz qualquer um desistir e aceitar tuas condições nada lúcidas, com toque de infantilidade, imposição de quem nunca pôde falar.
Com quem aprendeste a comandar tão friamente?
Não pedes licença, não respeitas quem, certamente, sabe mais do que você.
Rende e surpreende. Não fala, afirma. Não pede, exige. E consegue.
Triste fim. Era ela tudo o que querias e nem ao menos imaginara.
Diz-te não, vendo-te enlouquecer, enfraquecer.
Você renegocia. Quem diria?
E astuto, com faro de medroso, foge.
Os surtos de verdade dela são raros. Mas ótimos seletores. Distinguem homens de meninos.
Ainda que meninos pareçam homens e homens, meninos. Ainda que ela veja dentro dos olhos a verdade que teus conhecimentos teimam em tentar esconder.
Para de olhar pro teu celular, então. Quando ela decide que o martelo bate, não há brecha alguma que a faça voltar atrás.