domingo, 25 de setembro de 2011

As minhas verdades

Cuida dessa ferida. O tempo dá conta de fechá-la. Mas a boa-vontade ajuda.
Não foi o coração quem sofreu o ataque, foi o orgulho. E francamente, não sei qual ataque lhe dói mais, lhe consome mais. Mas eu sei que perdes um pedaço da alma a cada vez que acontecem tais injustiças.
E ainda assim, tu buscas a fé pra explicar ações tão cabíveis a humanos: inveja alheia, soberba tua. Onde estariam então os Deuses quando os fatos acontecem? Onde estariam eles senão longe? É conhecida a tua fé nos céus, é conhecido os teus poderes, as tuas visões que devem ser desenvolvidas para um propósito maior. Mas há nisso tudo algum nó, alguma pedra que teima em entrar nos caminhos daqueles que buscam clareza. E talvez isso mude o cenário por completo e deixe pousar na tua visão um pouco de escuridão. É somente estar na presença dos demais, deixar-se influenciar. E a maldade alheia vira a tua, por pura defesa.
Não culpo, afinal, é como dissestes noutro momento: senão tu mesma, quem para te cuidar?
Jamais delegarias essa função a terceiros, estou certa. És tão segura que conhecimento me falta para avaliar da onde vem esse teu lado tão rígido. Essa tua vontade grande de ser tua. E ao mesmo tempo questiono-me se, por ironia, não provém desses fatos, dos ataques que andam a investir contra ti.
Também pudera. Confiança é algo delicado, quase indescritível. E ainda assim, sempre um mistério. Pois a realidade que nos cerca demonstra-se incessantemente mutável, novamente os instintos humanos se fazem presentes para colocar em dúvida os sentimentos.
Mas, além de todas as observações dúbias, ofereço-lhe um conselho: cuida dessa tua ferida. O tempo pode até dar conta de fechá-la. Mas a boa-vontade certamente ajuda.

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