domingo, 18 de setembro de 2011

Vinho&Vinícius

O sol ainda não tinha se posto quando eu já me encontrava debruçada sobre a pia tomando a goles pequenos o meu café. Normalmente era assim, mania copiada do meu pai: tomar café em pé, alguns consideram desconfortável, eu me deleito. Meu paladar sentiu falta de algo doce, então logo abaixei a procura daqueles biscoitinhos da padaria do Tio Aurélio.
Nessa de procurar me deparo com um pacote de macarrão aberto na minha dispensa com dois dentes de alho dentro. Não agüentei, um risinho saiu. Lembrei de você debochando dos meus dotes culinários falando que trouxe alho para cozinhar o jantar porque sabia que na minha casa não teria nada dessas coisas de quem sabe fazer comida. E era verdade, aqui só tinha tempero pronto.
Daí lembrei desse dia, você mexendo na minha cozinha como se fosse sua, pedindo o que não achava, mas só depois de já ter aberto todas as gavetas e portas procurando. Eu, sentada na cama te observando. Achando graça de você, tão desinibido cozinhando pra mim. Aprovadíssimo! Incrível como só me relaciono com homens que cozinham bem, parece que eles adivinham minha falta de habilidade na cozinha e correm pra mim.
Vinho, Vinícius, conversas. Vinho, Vinícius e você me dizendo que ia sincronizar a tua respiração com a minha pra ver se eu me acalmava e conseguia dormir. Vinho, Vinícius e você me acordando às 6h pra termos tempo de ficarmos juntos um pouco mais.
Mas quando eu me proponho a levantar e fazer o café – especialidade minha, modéstia a parte – você decide que é hora de ir. Diz que nunca espera o café. Que chega a qualquer hora, na hora do almoço, de tarde, na hora do jantar ou de madrugada. Mas que jamais fica pro café. Que essa é uma hora perigosíssima e que nunca se deixa pousar na cama até depois dessa dela. Se despede e sai porta afora. Eu, que nem tive a chance de me levantar, dei de costas, fingi que não ligava e desisti do café mesmo sendo sagrado pra mim.

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