terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Mon Petit

Digo em voz alta que é hora de dormir e você dá de ombros, finge que não é contigo.
Então te vejo dirigindo-se até o quintal. Solto meias palavras e você logo desiste, vem ao meu encontro.
Fecho a porta a minha frente, deixando-a agora às minhas costas. Enquanto escovo meus dentes vejo você me observar pela meia luz que o banheiro faz com a sala, envolta na mais silenciosa escuridão.
Me entrego à mesma quando me dirijo ao quarto, tateando vagarosamente o que me rodeia. Sensação estranha, mas deliciosa ao mesmo tempo.
Deitamo-nos e sem sono, aceito tuas brincadeiras que me arrancam risadas. Mas, logo zango-me e explico-lhe que faz-me cócegas e que assim, não gosto.
Pois bem, foco novamente na tentativa de dormir. Mas não te aquietas e me faz brigar de novo, de novo e de novo.
Até que me rendo. Encostas perto dos meus cabelos e feliz, deixa-me em paz.
Acontece que não percebo que te encolhes até ficar demasiadamente pequena para chegar ainda mais perto.
Irrito-me, e assim vamos cada uma para um lado.
Você para na altura da minha barriga e Petit, como lhe chamam, pede abrigo através de alguns miados.
Desisto, afinal, quem não adocica um pouco a voz ao falar com um gato?

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