terça-feira, 10 de agosto de 2010

A mulher que não queria ser amada

Me vem com teus papos melados, manjados, forjados.
Me vem com três chutes, um beijo, um agrado.
Eu vou observar atentamente a areia da praia.
Eu vou me lembrar disso.

Me pergunta se tenho distúrbios.
Pois tudo o que uma mulher quer é ser amada.
Mas eu fugi das tuas teorias, estatísticas e confusões nem tanto.
E fala que tem tudo anotado em caderno de pauta com letras redondas.

Está tudo estudado, friamente calculado, palavras, demoras.
Aprendeu que não sabes nada?
Pois de mim sabes tudo e mais um tanto.
Eu é que sei demais da vida.

Eu gosto do branco no preto, que você suma e só apareça de vez em quando.
Eu gosto de você irmão, camarada, astuto e malandro.
Eu gosto de você crescendo, vivendo, errando.
Pois mãe não ama para ser amada. Mãe ama para ver a cria criada.
Ou cria a cria pra poder ser amada?

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