terça-feira, 4 de maio de 2010

Café da manhã

Eu quis dizer tantas coisas, mas elas preferiram ficar escondidas embaixo do lençol.
Você levantou cedo, fez poucos ruídos e partiu.
Eu te prometi o café, o pão, o queijo.
Mas você levantou cedo.
Eu quis que a minha mão encontrasse a tua durante a noite.
Mas dormiste tão encolhida que mal pude chegar perto de ti.
O coração que parecia estar não mão, estava a quilômetros de distância.
Ainda assim, você levantou cedo, fez poucos ruídos e partiu.
A respiração batia quente no meu pescoço, quase doía.
Carregava consigo a dor que tens dentro dos pulmões já consumidos pelos maços de cigarro.
A tua veia pulmonar carregando essa dor até o coração, dor aguda.
Ali ela grita.
E você levantou cedo, fez poucos ruídos e partiu.
Eu tinha uma lista de ideias e promessas.
Você se adiantou e disse que coisas planejadas nunca funcionam.
Ficamos eu, o café, o pão, o queijo.

3 comentários:

  1. tencia que texto lindoo...tocou no fundo do meu coração, serioo.. cada dia me surpreendo mais com o jeito que vc escreve.Beijos Helen

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  2. ir depois do levantar do sol pode ser um grande perigo.

    e a vida com bola ia ser tão mais simples, né?!

    ps: acabou que msn de nada serviu! há a questão dos horários: os meus, sempre alternativos demais!

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  3. p.s.:esperando ansiosa seu próximo texto.
    Recuso-me a pedir desculpas por estar viciada neles, você é uma escritora nata e te amo mais ainda por isso..
    Beijos florzinha do meu coração :**

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