sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Da Bahia

E pelos bares, esquinas e durante o pôr-do-sol solitário eu andei pensando. E uma frase, daquelas que se grita pra ninguém ouvir, que se sussurra pra garantir o entendimento, ela mesma, teima em ficar por aqui, vagando entre os flocos de algodão, entre os tons de rosa alaranjado do céu.
Eu penso comigo mesma: Eu gosto tanto de tanta gente, mas tanto! E essa frase não me vem senão em sotaque baiano, daqueles arrastados, com tanta tranquilidade que mais parece um cafuné falado, um carinho tomando forma de palavras. Imagino eu, que seja esse o jeito dos que nascem ou residem em tal lugar. Uma pitada sossego, uma xícara e meia de paz. Mas não paro por aí, veja bem, a bendita frase vem acompanhada da seguinte: Mas pode isso, seu moço? Pode? E me bate um desconforto, porque eu queria esse seu moço mais perto. Pra desatar tantos nós que eu mesma dou no meu coração. Pois nó na cabeça, eu não deixo, ah! Isso eu não deixo não. Mas o coração eu nem ligo, fica assim meio de lado, um tanto esquecido. E eu sei que seu moço queria ver em mim mais coração. Mas estás tão longe e as respostas que tenho não me bastam. E que nunca bastem, pois é a busca que me leva adiante.

2 comentários:

  1. E as perguntas nos conduzem por estradas, rodovias sem término, caminhos sem sentido.
    Chego à Bahia em algumas palavras e, quando acordo, cá estou em Minas de novo. Sonhei com o Mar ou com a Música?
    e são cada vez mais perguntas que, talvez, por fama, e se não se tratasse de um texto da bahia, eu diria estar com preguiça de seguir adiante =D

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